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segunda-feira, novembro 12, 2012

172 anos depois: Auguste RODIN


Pois é!! Num dos meus muitos Mundos, a Filosofia encontra-se com a Arte. Sempre! E, por isso, hoje não posso deixar de agradecer ao motor de pesquisa do Google por me ter relembrado uma efeméride relacionada com um mundo meu [e não um evento como a presença da Chanceler alemã Angela Merkel em Belém de Portugal (como a comunicação faz questão de lembrar a cada segundo)].

 
Se fossemos eternos ou se perdurassemos no Tempo e no Espaço por centenas de anos, hoje, François Auguste René Rodin celebraria 172 anos de vida. Todavia, para mim, ele continua vivo, porque soube eternizar o seu nome para além da morte. Como? Através da sua Arte.

Resumidamente, Auguste Rodin foi um genial escultor francês, que viveu 77 anos, entre 12 de novembro de 1840 e 17 do mesmo mês de 1917.

 

Não vou traçar aqui nenhuma biografia, porque esses dados podem vocês pesquisar: em livros, enciclopédias, documentários, internet. [E quão bom seria se estas minhas pequenas palavras vos enchessem de curiosidade de conhecer melhor o percurso do primeiro escultor moderno da história da Arte mundial…]

Tal como aconteceu com tantos outros génios e personalidades imortalizadas pela Humanidade, o seu sucesso na história da arte não foi repentino nem automaticamente aceite e referenciado. A sua carreira foi marcada pela incompreensão da crítica, por não corresponder às rígidas fórmulas académicas. A título de exemplo, foi recusado três vezes pela Escola de Belas Artes de Paris e a sua primeira escultura (O Homem de Nariz Quebrado, 1864) não foi aceite no Salon de Paris, visto que o júri considerava a obra inacabada, um esboço. O que o júri não queria compreender era o facto de Rodin pretender basear toda a sua criação no conceito de “non finito”. A partir deste conceito, quase que ouso enunciar que ele desejaria ser eternizado no Tempo e não morrer, para que pudesse voltar, um dia, para terminar as suas esculturas. [não precisa de ser num dia de nevoeiro, à semelhança do nosso D. Sebastião…que, neste momento, bem podia decidir salvar a Nação e deixar de viver em mitos e lendas!]

 

Contudo, cultivou a admiração de intelectuais e políticos [bem como o amor de algumas mulheres da alta sociedade europeia, mas isso são outras histórias de outras artes…hehehe], tendo-se tornado, aos 20 anos, o maior escultor vivo do mundo. Assim, ao contrário de outros artistas, conquistou a fama em vida e as suas obras, pela originalidade e capacidade de moldar o seu imaginário, chegaram a ser as mais apreciadas no mercado de Arte Europeu e Americano. Hoje em dia encontram-se nos museus mais importantes do mundo.

O que podemos concluir desta reviravolta?
É preciso ser-se persistente para se manter diferente e original. É preciso não desistirmos dos nossos ideais, nem das nossas ideias, se queremos ser Mais e Melhores no Mundo. E também, nem sempre temos de terminar tudo o que começamos,…porque nem sempre o inacabado é incompleto!

As esculturas mais célebres de Rodin são: O Beijo, O Pensador e o Retrato de Balzac. As duas primeiras surgiram a partir de uma encomenda do governo francês, em 1880, e fazem parte de um conjunto de esculturas realizadas para a “Porta do Inferno” (um grande portal em bronze, inspirado no Inferno da Divina Comédia, de Dante Alighieri), instalada no Museu de Artes Decorativas, em Paris.
 
Este projeto previa a execução de centenas de esculturas em menor escala, baseadas nas personagens dos versos de Dante. Contudo e a confirmar a característica “non finito” de Rodin, nunca chegou a finalizá-lo, embora tenha esboçado cerca de 200 peças. Curiosamente, é nesta produção inacabada que se centram esculturas monumentais memoráveis que o imortalizaram.
Dada a minha natureza filosófica não é difícil adivinhar de qual delas vos venho contar a história J

 

O Pensador (Le Penseur, originariamente) é uma das mais famosas esculturas de bronze do escultor.

O Pensador original tinha apenas 72 cm de altura e foi exposto pela primeira vez em Copenhague, em 1888. Originalmente foi apelidada de O Poeta, por ser parte do portal monumental baseado na Divina Comédia. Cada uma das estátuas presentes representava um dos personagens principais do poema épico de Dante. Esta particularmente, representava Dante em frente aos Portões do Inferno, a refletir, ponderar e meditar profundamente sobre o seu grande poema, transfigurando os seus sonhos num ato de criação, numa poderosa luta com a sua força interior. A enigmática imagem deste homem, segundo o próprio Rodin, «não pensa apenas com o seu cérebro, as suas narinas dilatadas e os seus lábios cerrados, mas com cada músculo dos seus braços, das suas costas e das suas pernas, com o seu punho crispado e os seus dedos dos pés contraídos.» A escultura apresenta-se nua porque Rodin pretendia personificar uma figura heróica (inspirado em Michelangelo) para representar o pensamento e a poesia. Assim, no ano seguinte, a estátua recebeu o nome de O Poeta Pensador, e mais tarde intitulou-se apenas de O Pensador.

A sua primeira versão foi criada (72 cm), aproximadamente, em 1880. Mas, Rodin decidiu aumentar as proporções do seu trabalho e, em 1902, ampliou O Pensador para 1,83 metros de bronze, acrescentando-lhe um pedestal de 1,63m, totalizando 800 kg. Esta inspirada estátua monumental teve a sua primeira exibição pública em 1904.

 

O Pensador tornou-se propriedade da cidade de Paris devido a uma contribuição organizada pelos admiradores de Rodin e, inicialmente, foi colocada em frente ao Panteão (1906). Todavia, em 1922, foi transportada para o atual Musée Rodin.

Durante a sua vida, Rodin permitiu que as suas esculturas fossem reproduzidas sem qualquer controlo e concedeu ao Estado francês a custódia da sua obra e direitos de reprodução. Rodin optou pelo bronze em detrimento do mármore para que fosse possível a reprodução autêntica das suas estátuas sem qualquer decréscimo de qualidade, uma vez que seriam criadas a partir de um molde de gesso.

Assim, foram reproduzidos 25 exemplares d’ O Pensador, que podemos procurar e encontrar em vários museus à volta do mundo. [Cá está um excelente e feliz motivo para viajar pelo Mundo… Procurar Os Pensadores, já que há tanta falta deles!!!] Alguns destes exemplares são versões ampliadas da obra original, existindo esculturas de diferentes proporções. O Musée Rodin distinguiu as edições originais das posteriores, integrando os 25 exemplares como uma única tiragem da escultura.

Curiosa e paradoxalmente com o início da vida artística de Rodin, é em Paris (a cidade que ‘vetara’ a primeira obra de Rodin) que podemos encontrar o Musée Rodin (no Hôtel Biron), onde vive grande parte do espólio do escultor e a sua história da vida. [Nem acredito que não fui visitá-lo quando estive em Paris!! E estive tãaaaaaoooo perto, quando visitei o Hôtel des Invalides e o túmulo de Napoleão. Bem, já tenho mais um motivo para voar até Paris..hehehe]

E quem diria que as suas primeiras esculturas ganharam vida na cozinha da sua mãe, ao utilizar massa para fazer pão. Como tudo pode começar a partir de experiências tão inocentes! Há mesmo coisas extraordinárias, não há?!?

Em jeito de conclusão, para mim, este O Pensador é simbolicamente parte da minha Filosofia, de Vida e de Profissão!
 

Que nunca nos falte o Pensar! E como Kant diria, “Sapere Aude” (“Ousa Pensar [por ti próprio]”), principalmente num Mundo em que se descura o pensamento (autónomo) na pressa dos dias.

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